SOBRE O ARTISTA
Arthur Ribeiro
HISTÓRIA
Nasci em Belo Horizonte, comecei a me interessar pelo universo do desenho aos sete anos de idade e aos dez frequentava aulas de pintura com o artista Antônio Castelo Branco.
Desde criança acampava na beira do rio com minha família, fato que despertou minha curiosidade pela variedade de cores, luzes, formas e ritmos presentes naquele ambiente.
Meu olhar sempre buscou compreender as cores refletidas na água distorcidas em movimento com seus violetas e azuis claros envoltos de anéis negros interligados como uma rede de tons terra, folhagens em seus ritmos simétricos e assimétricos, as variedades tonais de verdes, cinzas e violetas crepusculares.
Minha formação buscou registrar esse contato íntimo com a natureza, para isso, percorri os caminhos da pesquisa intuitiva, utilizando a memória de paisagens e visões como guia.
TEMÁTICA
Com temáticas que exploram o caráter antropofágico da cultura brasileira, ou seja, cultura que se alimenta de outras, que por esse motivo geram uma biblioteca cultural rica e potente. através de temas que variam entre representações e grafismos africanas, indígenas e europeias na busca do acesso à memória ancestral impressa em nosso DNA.
Utiliza do acidente da cor, um movimento ligado mais a intuição que a razão, criando assim uma forma de apresentar a natureza, através do caos, adiante propondo a ordem.
Os povos Yanomamis da Amazônia, a definem como urihi-a (terra – floresta), entidade viva que promove dinâmica interação entre seres humanos e não humanos (animais, plantas, etc…), sendo este o propósito da criação dos trabalhos de Arthur Ribeiro
Não me considero filho de “ismos” a natureza é minha mestra, visto que é a fonte de inspiração a todas as invenções humanas.
INFLUÊNCIAS
Entre as muitas influências e inspirações estão o expressionismo alemão de Rottluff, o pintor dinamarquês Per Kirkeby com sua abstração luminosa e orgânica, Cândido Portinari com sua proposta de construção da imagem, Carlos Vergara com pesquisa intuitiva cria abstrações ricas em geometria e organicidade entre outras inspirações.
Assim como os manifestos do Pau Brasil de Oswald de Andrade e o Manifesto do naturalismo Integral de Pierre Restany, a floresta é minha fonte primária de inspiração e devoção. Minha Igreja, minha casa.
Os artistas Jaider Esbell e Bruno Novelli cuja a natureza e a cosmovisão são pontos centrais da pesquisa artística, que da mesma forma que na série “Entreolhares” o entorno das figuras centrais são preenchidos por elementos e fomas apropriadas de culturas originárias e tradicionais que geram rítmo e intensidade.
A figura humana se destaca no trabalho de Arthur Ribeiro por sua leveza de traços e um olhar penetrante que prende a atenção do espectador.
Estão entre outras técnicas de pesquisa a escultura de figura humana, desenhos e gravuras
TÉCNICA
As pinturas são elaboradas através da técnica do acrílico sobre tela e madeira, com uma abordagem bem plural e eclética. As técnicas variam entre pincel, espátula, colagens, raspagens, derrames de tinta, estêncil e monotipias.
A pesquisa da pintura se inicia na preparação da superfície, com inserção de texturas e raspagens para criar um plano de fundo global onde residirá o tema. Após este passo são inseridos formas geométricas como retas, curvas e quinas bem definidas gerando um plano a frente onde, ritmos de grafismos de antigas culturas americanas e africanas, de forma sutil adentram à composição. A partir daí são inseridas figuras utilizando hora leveza e transparência, rigidez e opacidade.
Destaques
Prêmio FUNARTE – Arte em Toda Parte (2020).
Criador e executor do trabalho “Cinco Elementos” com dimensões de mais de 40m, em andamento no pórtico central da praça Duque de Caxias do bairro de Santa Tereza, uma parceria com a prefeitura de Belo Horizonte.
Fundador do Grupo Arapuca que atua na área de projetos culturais para editais e leis de incentivo.
Estilo
Funde o figurativo com o abstrato, retas e curvas definidas cortam o espaço, criando atmosfera que misturam orgânico e geométrico, em uma busca por equilíbrio entre subjetividade e objetividade.
Utilizo do acidente da cor, um movimento ligado mais a intuição que a razão, criando assim uma forma de apresentar a natureza, através do caos, adiante propondo a ordem.